Técnicas, táticas e estilo


Técnica é a execução dos elementos fundamentais do jogo, isto é, de todas as habilidades de que o praticante precisa para se tornar um bom jogador de futebol de mesa.

A técnica é resultado, em parte, do conjunto de dons naturais que possui o jogador, somado ao treinamento intensivo e controlado. É crença geral que “um bom jogador já nasce feito”, o que é parcialmente verdadeiro, levando-se em conta que dificilmente um jogador de pouco talento será transformado numa estrela do futebol de mesa às custas, apenas, do treinamento.

Técnica é também o conjunto de meios que dispõe o técnico ao usar as mãos, para o domínio lícito da bola. É a execução do chute a gol, um passe bem feito, é a “tirada”, é a habilidade de proteger a bola, é a perfeita execução do tiro de meta, tiro de canto, tiros livres e arremessos laterais.

É comum dizer-se que a técnica, ou seja, as citadas habilidades do jogador, não se ensina. Há uma certa razão de ser nesta afirmativa, isto porque, efetivamente, o seu aprendizado depende de habilidade natural, de uma vocação de que cada indivíduo é ou não portador.

Todavia, se a técnica não pode ser ensinada aos que não dispõem desta natural tendência, não quer dizer que não possa ser ensinada aos que possuem vocação. Há sempre muito o que ensinar e, quando mais não seja, muito que corrigir, no sentido de aprimorar estas virtudes naturais, de lhes dar uma feição objetiva. É sabido que quanto maior é a habilidade do jogador, tanto mais fácil se torna adquirir defeitos e incorrer em exageros.

Quatro dos elementos acima são os que melhor definem o jogador hábil: controle de bola, o chute, a tirada e o passe. São os chamados jogadores técnicos, de futebol de mesa vistoso e bonito.

A boa técnica do futebol de mesa obedece a princípios rígidos de simplicidade que, uma vez contrariados, põem a perder todo o trabalho de conjunto.

O que é preciso é que os jogadores sejam profundos conhecedores dos elementos fundamentais do jogo em todos os seus detalhes.

A análise de movimentos, a coordenação neuromotora, a ação do nosso sistema cérebro-espinhal na prática dos variados desportos têm dado motivo a estudos meticulosos e às mais interessantes conclusões sobre pontos que muito orientam aos estudiosos.

A tática é plano pré-concebido, exige raciocínio na sua aplicação, está sob o domínio do cérebro. Já a técnica é automatismo, é a ação reflexa, é domínio da medula.

Assim, se o desenvolvimento dos planos táticos exige do praticante inteligência e clareza de raciocínio, já o contato com a bola, a execução dos elementos fundamentais do jogo requerem automatismo que só a prática constante, a permanente repetição podem proporcionar.

O jogador de futebol de mesa tem de pensar as jogadas para que se preparou no decorrer do treinamento e aquelas que as oportunidades do jogo lhe proporcionam. Mas não vai em absoluto pensar na maneira como controla a bola, como passa ou como chuta, pois isto é coisa que ele só fará bem quando o fizer automaticamente. O que ele precisa é automatizar a forma correta de execução.

Alguns jogadores, donos de uma fabulosa habilidade inata, apresenta, entretanto, falhas que não se compreendem num jogador tão naturalmente dotado.

É que ele forma absolutamente entregue à própria intuição, a sua própria extraordinária facilidade de aprender. Vai ele desenvolvendo a sua habilidade natural, entregue a si próprio, sem qualquer orientação técnica em seu aprendizado, sem a imprescindível assistência que, em qualquer fase da aquisição de conhecimentos, é preciso receber dos instrutores competentes.

A sua habilidade é fabulosa e, apenas por isso, consegue tornar-se um grande jogador de futebol de mesa. Mas sempre, com raras exceções, um jogador puramente instintivo, de técnica falha, de graves defeitos, cuja habilidade se desvia do sentido objetivo do jogo. Não deve ser deixado entregue a sua própria intuição, pois à medida que vai desenvolvendo sua natural habilidade no contato com a bola, os vícios e defeitos se vão acumulando, vícios e defeitos que, muitas vezes, não mais poderá corrigir. Vemos, a cada momento, jogadores dotados de um talento extraordinário para a prática do futebol de mesa e que, no entanto, apresentam deficiências de origem. Jogador que enche os olhos com seus toques de efeito e suas jogadas espetaculares, mas que falha com frequência quando é solicitado na pura técnica do jogo. Em suma, mais vistoso do que prático, faz tudo aquilo que não é preciso e nem sempre é capaz de fazer o que deve.

O CHUTE A GOL 

Entre as habilidades que se requer de um bom técnico de futebol de mesa, esta é a mais elementar. Por ela se começa.

Todos nós, quando começamos a praticar o futebol de mesa, ou até mesmo para testar um novo time, colocamos, quase que por instinto, nossos botões de frente para a meta e realizamos chutes aleatoriamente, procurando de início apenas imprimir força à bola. Mas, à medida que vamos praticando, vamos desenvolvendo também a habilidade, isto é, adquirindo o “jeito” que nos permita bater na bola não somente com força, mas também com direção. Aprendemos, assim, a chutar, iniciando-se nessa habilidade primária do futebol de mesa, mas que, apesar de primária, é capaz de revelar logo ao observador se o botonista dispõe ou não de vocação para a prática deste desporto.

Entre os botonistas, encontramos uns que são grandes chutadores e que se fazem notar pela potência do seu arremesso: outros, também excelentes chutadores, salientam-se pela habilidade, pelo toque certeiro ou sutil: outros há, porém, que nunca se fazem notar como chutadores e, sendo muitas vezes excelentes botonistas, brilham graças a outras qualidades de técnica ou inteligência.

Para a eficiência do chute contribuem três fatores:

a) a posição do pé de apoio;

b) o equilíbrio do corpo;

c) a força que se imprime ao movimento da palhetada.

Como facilmente se entende, o “pé de apoio” é aquele que assenta no chão no momento em que você posiciona parte do corpo sobre a mesa.

O equilíbrio é um fator muito mais importante do que à primeira vista pode parecer. Muitos jogadores deixam de fazer gols porque lhes falta o equilíbrio ideal para o chute. Antes de chegar com a palheta até o jogador que está preparado para realizar o chute, é imprescindível um perfeito equilíbrio para que todos os movimentos se façam livremente.

A força é um fator que depende muito dos outros dois. Para se poder dar a força ideal ao chute, o pé de apoio deve estar bem posicionado e o corpo em perfeito equilíbrio. Mas, não resta dúvida que o executante é que regula a força que dá ao chute e ele deve praticar bastante este fator. A prática permite um aumento considerável da “força” sem prejuízo da “direção”.

Há ainda um conselho que podemos chamar de quarto fator, que consiste em você não ter dúvida em qual canto vai chutar. Caso já tenha definido o canto que considera o melhor para marcar o gol, procure chutar naquele que foi escolhido. Evite mudar a idéia inicial quando já está pronto para realizar o chute. Geralmente, quando queremos mudar de lado, acontece do chute não sair com a precisão desejada. Portanto, mesmo que não marque o gol, procure chutar no canto que você determinou, ainda que, aparentemente, o outro canto esteja mais aberto ou com mais ângulo.

O CONTROLE DE BOLA 

O controle de bola é de primordial importância no futebol de mesa. Não se pode ser um bom jogador sem possuí-lo, isto é, sem ser capaz de dominar a bola convenientemente, trazê-la ao completo controle e manejá-la de acordo com as várias situações que se deparam no transcorrer de uma partida.

Mas, se nos detivermos a observar um jogo de futebol de mesa, quer seja de praticantes no máximo desenvolvimento de suas habilidades, quer seja de iniciantes em fase de preparação, nós notaremos logo que alguns deles possuem maior facilidade em controlar a bola.

É que certos jogadores possuem uma habilidade natural, inata, habilidade que, permitindo-lhes um manejo absoluto da bola, faz deles verdadeiras atrações para os espectadores. Enquanto isso, outros, embora muitas vezes grandes jogadores também, não salientam tanto neste particular, brilhando mais como chutadores, lançadores ou pelo empenho e espírito de luta que impõem às suas atuações.

Repetimos, porém, o que dissemos acima ou seja, que todo indivíduo para se tornar um bom jogador de futebol de mesa precisa ser um bom controlador de bola. E se uns possuem essa arte natural (em que sempre se poderão aperfeiçoar), outros podem melhorar o seu controle através de treinamento adequado, observando convenientemente todos os detalhes técnicos dos elementos fundamentais do jogo. E se isto é assunto para os jovens iniciantes, na fase de formação, é claro que, durante toda a sua carreira, deve o jogador – mesmo o mais experiente, que, é de supor-se, conseguiu um alto grau de perfeição – dedicar a este treinamento muito do seu tempo semanal, pois que uma prática constante e bem orientada só pode aperfeiçoar a habilidade natural do jogador e ensinar-lhe coisas novas.

Já que o objetivo de todo praticante parece ser o aprimoramento, é necessário este esforço constante que se exige na busca da perfeição. A melhoria que um tratamento adequado proporciona é sempre uma grande satisfação.

Há uma série de outras qualidades imprescindíveis ao bom jogador de futebol de mesa. Mas o que torna o futebol de mesa realmente eficiente e o valoriza como espetáculo é o controle de bola; é inegável a satisfação que todos nós sentimos diante da arte de certos jogadores.

A “TIRADA” 

Eis um dos elementos fundamentais de maior importância do futebol de mesa, especialmente para os jogadores de defesa.

A “tirada” é a forma de arrebatar a bola do adversário quando este já está de posse dela e dar início ao contra-ataque.

A maior preocupação do defensor deve ser impedir que seu oponente chegue a dominar a bola. Mas, é claro, isto nem sempre se consegue e o defensor, no decorrer de uma partida, vê-se frequentemente em face de um adversário com a posse da bola, perfeitamente controlada, pronto a anular qualquer ação defensiva de seu marcador.

Algumas recomendações devem ser feitas para este caso.

Em primeiro lugar, nunca, em tais circunstâncias, o defensor deve efetuar o lance precipitadamente. Lembre-se que, caso não haja capricho numa jogada aparentemente fácil, a próxima jogada do adversário poderá se transformar em gol.

Quando o lance necessitar de uma precisão muito grande, não deixe esvair-se o pensamento de acerto. Pense sempre que você vai acertar, mesmo que não aconteça em alguns lances. Caso vá realizar o lance com pensamento de que vai errar, isso fatalmente acontecerá. Tenha sempre pensamento positivo no momento da tirada.

Todos as qualidades aqui expostas são igualmente importantes e sempre deverão merecer uma atenção especial por parte dos botonistas.

TÁTICAS 

Tática no futebol de mesa é a arte de combinar a ação de cada botão, em suas diferentes posições na mesa, de modo a obter o máximo de rendimento no transcurso de determinada partida.

Quando duas equipes são colocadas na mesa para defrontarem-se, cada uma delas é portadora de seus recursos “estáveis” e recursos “variáveis”. Os primeiros são aqueles que significam a própria estrutura da equipe, a sua armação ideal, aquela em que a equipe se movimenta mais à vontade, aproveitando melhor as qualidades de seus componentes. Os segundos são aqueles que a equipe tem de lançar mão, ou para melhor explorar as deficiências adversárias ou – o que também é frequente – para fazer face a uma situação “diferente” que o adversário imponha.

O fato é que se verifica um duelo inicial em que as duas equipes – quando de forças equilibradas, é claro – procuram, cada uma delas, impor ao adversário a sua própria formação, o seu próprio ritmo de jogo. Se isto é conseguido, a equipe se movimenta à vontade e predomina. Caso contrário, isto é, se o adversário é que se impõe, então somos nós que temos de nos amoldar à situação, e a predominância do adversário nos obriga, então, a lançar mão dos recursos “variáveis” para nos defendermos convenientemente. Esta situação pode ser momentânea, no decorrer de um jogo, ou perdurar em toda a duração de uma partida. Depende da capacidade de reação da equipe, além de uma série de outros fatores. Sabemos quanto pode variar, no decorrer de uma partida, a fisionomia do jogo.

O futebol de mesa é um jogo em que a surpresa tem primordial importância para a marcação dos gols. Colher o adversário inesperadamente com a aplicação de um lance, é dispor de uma favorável percentagem em assinalar um outro tento. Para isso, o técnico deve procurar, antes de mais nada, estudar o seu adversário, tentando analisar o seu sistema, o seu temperamento e as suas características. Ante um técnico atacante, deve procurar-se todas as oportunidades para atacar também, dado que o adversário sentirá que a sua tática ofensiva é replicada, não atuando ele tão descontraído, quando verificar que depara com um técnico que não se limita a se defender. O seu ritmo acusa, assim, perturbação, obrigando-o a desviar também a atenção para a defesa, na expectativa de ter de deparar com um contra-ataque. Deste modo, deixará de atuar em ritmo francamente ofensivo. Se, por outro lado, o adversário for um técnico a responder na defensiva, deve haver preocupação, em especial, de aplicar o “golpe mortal”, quando se tiver a certeza de que ele resultará num ponto favorável. Não deve haver precipitação nem procurar desenvolver as jogadas rapidamente. Antes sim, tentar criar os lances que ofereçam a condição ideal para o disparo vitorioso.

Dentro do estudo prévio e rápido do adversário, deve o técnico procurar discernir quais as dificuldades maiores que aquele apresenta – se não devolve a bola tão bem pela direita ou pela esquerda, se uma bola colocada mais próxima às linhas laterais o dificultam, se a bola deve ser lançada mais longe ou mais perto do gol etc. E, compreendidas as dificuldades do adversário, o técnico procurará tirar o máximo partido das mesmas.

Contudo, é um erro procurar logo de começo explorar o ponto ou os pontos fracos do adversário. A tática a adotar é mostrar ignorar o conhecimento dos mesmos e só com o desenrolar do jogo, tirar partido dessas fraquezas do antagonista. De outro modo, este ir-se-á treinando da forma como se lhe procura explorar os pontos fracos.

Como se verifica, o técnico tem de atuar com inteligência. Não basta apenas lançar a bola para o campo contrário.

Impor o seu jogo é essencial, não consentindo que o adversário tome a iniciativa. Se tal, porém, acontecer, procurar suportar com calma e presença de espírito a oportunidade soberana de chamar a si o comando da partida.

Tanto uma jogada como outra podem definir o jogo. No entanto, o técnico que adquire vantagem apreciável no marcador nunca deve considerá-la como um fator decisivo para a vitória final. Ao invés, o técnico que se encontra em desvantagem não deve considerar-se batido. E neste último caso, a moralização é necessária. Qualquer descontrole de nervos ou abatimento moral representam nas jogadas seguintes um trunfo para o adversário.

Ter sempre confiança nas possibilidades e não se atemorizar com o adversário, são atributos essenciais.

O futebol de mesa segue a mesma tendência do futebol mundial. A aplicação de esquemas táticos modernos tornou-se indispensável. A precisão e o nível técnico elevado forçaram uma revolução nos planos de ataque e, principalmente, na formação de defesas cada vez mais rigorosas.

A maior preocupação é achar um sistema defensivo eficiente. Os jogadores tornaram-se mais técnicos e raramente são obstruídos por esquemas defensivos.

Em algumas regras, a solução encontrada foi concentrar o maior número possível de botões na defesa. Eles devem ser colocados de forma a evitar que o adversário se aproxime da grande área. Os chutes nesse local tornam o goleiro um objeto de luxo. A intenção é forçar o adversário para chutar o mais longe possível da área.

Para aumentar o poder de marcação, outra solução encontrada foi aumentar os botões para diminuir os espaços do adversário. Muitos técnicos que jogavam com botões de 55 mm de diâmetro, passaram para 60 mm.

Outra técnica é a da arrumação do goleiro. Ele joga quase como líbero, usado como um marcador.

As citadas indicações são algumas que poderão ser adotadas. Contudo, é preciso não esquecer-se que é o próprio técnico que está habilitado a decidir no momento exato do jogo, de acordo com o adversário que se lhe apresenta, o seu sistema de atuar etc. O desenrolar do jogo é que ensina …

ESTILO 

Cada técnico tem a sua característica própria – o estilo -, embora muitos se assemelhem na maneira de jogar. No entanto, não deve esquecer que o futebol de mesa é um belo esporte. O seu estilo, a forma como orienta as jogadas e a movimentação que lhes dá, contribuem para a beleza do espetáculo. Tornar o jogo monótono, sem interesse, é contrariar o que de atraente tem a prática do futebol de mesa.

É preciso não confundir técnica com estilo. A primeira é a todos adaptável. Os seus princípios por todos podem ser assimilados e, por isso mesmo, devem ser observados cuidadosamente no aprendizado ou na correção. Não mudam com o tipo físico nem com o tipo atlético, e sua aplicação deve ser geral. Já o estilo é a peculiaridade de cada um. É o jeito pessoal, o tique característico que cada indivíduo dá ao mesmo movimento. Uma vez assimilada a técnica, aparece o estilo, que define a personalidade do jogador.

O estilo não pode nem deve ser copiado, pois é ele que caracteriza o jogador e, também o futebol de mesa das várias regiões. Nele transparecem as características técnicas do praticante.

Muitas vezes, dá-se o caso de o estilo suprir certas deficiências de técnica, conseguindo dar ao jogador o rendimento desejado. Neste caso, nada há a corrigir, pois que qualquer correção poderia importar em queda de eficiência.

Mas, quando se trata de formar novos praticantes, orientá-los em seu aprendizado e, também, de corrigir deficiências, então os princípios da boa técnica devem ser observados com todo o cuidado. Assim, se evitarão os defeitos e a causa das deficiências será encontrada e corrigida.

Dentre os estilos mais conhecidos no futebol de mesa há um muito marcante: o do matador. Os matadores são os principais causadores de irritantes partidas, tanto para o público como para seu próprio adversário. Eles ficam enrolando o tempo, mudando seguidamente os jogadores de um lado para o outro, demorando na cobrança de um lateral, escanteio, falta, arrumação de goleiro, enfim “matam” o tempo e, se o árbitro não é bom para chamar a sua atenção, ele alcança o seu objetivo, ou seja, fazer com que o tempo passe e não perca a partida.

Além disso lançam mão de outro subterfúgio com perguntinhas do tipo “é tempo de defesa ou do ataque?”, “a bola precisa sair da área”, coisas que eles estão cansado de saber, pois em sua maioria fazem questão de saber toda a regra para procurar um meio de “matar” mais um tempinho.

Cada técnico tem um estilo e joga em função dele, neutralizando a tática do adversário sempre em função da sua agressividade ou do seu defensivismo. Existem técnicos que primam por ser defensivos e outros ofensivos, sem se preocupar muito com a defesa. Mas as características não alteram o objetivo que é o de marcar gols.

Assim, procurar aperfeiçoar-se permanentemente, corrigir-se a todo instante, por certo as suas virtudes se exaltarão. E o bom jogador, que tão prendado é pela natureza, poderá, então, alcançar o lugar que merece no futebol de mesa nacional, pois, somando aos exatos princípios da técnica o seu estilo majestoso, por certo se tornará inexcedível.

O PONTO CHAVE 

O futebol de mesa é um esporte que exige de seu praticante uma concentração máxima. No todo de uma partida, independente do nível dos contendores, exige-se uma pormenorização na atenção para se efetuar cada jogada, que, de modo incisivo, podem dar o resultado do lance, da jogada, da partida, do torneio ou do campeonato.

Por várias vezes esta pergunta foi ouvida:

— Qual o ponto forte exigido à um botonista, um campeão? Qual o segredo para ser um campeão?

De imediato, muitas pessoas responderiam que é o chute a gol, pois o bom finalizador sempre vence suas partidas pelo aproveitamento positivo das chances de gol.

Outras podem achar que o bom técnico é aquele que domina o jogo defensivamente, até conseguir a vantagem no placar.

Também poder-se-ia dizer que os grandes botonistas são os que conseguem efetuar bons lançamentos, aqueles que “tem uma régua milimetrada nos dedos” e criar ótimas jogadas e chances de gol.

Entretanto, não bastam essas qualidades a um bom técnico de futebol de mesa, a um campeão. Nem mesmo essas qualidades enfeixadas sobre um único botonista lhe dará a vitória plena e perfeita. Falta o “ponto chave”, que muitos de nós por vezes relevamos ao esquecimento.

Este “ponto chave” é o estado de espírito do momento. Caso este ponto fundamental não esteja regulado em todos os aspectos, de nada valerá os pontos técnicos que podem levar um técnico a ser um campeão.

Fonte: http://www.cbfm3toques.com.br/aprenda.htm