Associação de Futebol de Mesa da cidade de Nova Friburgo comemora mais de vinte anos de atividades.
“O homem mais rico do mundo queria saber qual era o mais nobre dos esportes e, para isso, chamou três sábios: um da China, porque a China é o berço da sabedoria; outro da França, porque a França é o berço da ciência e outro dos Estados Unidos que não são o berço de coisa nenhuma, mas ganham muitas medalhas nas Olimpíadas (…)
Após ouvir os argumentos de cada um dos convocados, o homem mais rico do mundo disse que precisava de algum tempo para pensar sobre aqueles profundos arrazoamentos e, como pensar dá fome, pediu uma pizza pelo telefone.
Quando o entregador chegou, o homem mais rico do mundo, só por brincadeira, resolveu lhe perguntar qual era o esporte mais nobre, no que o entregador respondeu:
“Esses três esportes são importantes, mas o mais nobre de todos é o futebol de botão. Vejam, este esporte é uma síntese do conhecimento humano. Ele necessita de movimentos estratégicos como o xadrez, pede pontaria, reflexos e precisão como a esgrima e requer autodomínio como o pôquer.
O futebol de botão, senhores, é o único esporte onde são necessários intelecto, habilidade física e controle emocional. Tudo ao mesmo tempo e em igual proporção”.
O trecho acima, retirado do livro “Os cabeças-de-bagre também merecem o paraíso”, dá uma idéia da dimensão do futebol de mesa, praticado por pessoas de todas as idades.
O futebol de mesa, ou de botão, é um esporte antigo e que nunca deixou de adquirir adeptos fiéis, independentemente da época, local ou cultura.
Vlando Villas-Boas, friburguense de 14 ( quatorze ) anos, joga futebol de mesa desde os dez anos de idade e guarda seus times de botão em caixas de madeira feitas sob medida e que chama de “vestiários”.
“Também carrego um estojo de primeiros socorros que inclui pasta lustra-móveis, silicone líquido, flanelas, diversos tipos de cera e aspirina”, conta o jovem botonista.
A prática do esporte em Nova Friburgo vai além do lazer que proporciona a seus adeptos. A associação friburguense de futebol de mesa também se destina a facilitar o acesso ao esporte e ao lazer por crianças mais carentes e que vivem ociosas.
“Identifico o esporte, a educação e o lazer como atividades fundamentais para o bom desenvolvimento de cada indivíduo. A prática do esporte também é desenvolvida como forma de inclusão social, de estímulo da auto-estima, disciplina e cidadania”, ressalta o presidente da associação friburguense de Futebol de Mesa, Fernando Azevedo Cruz.
A Associação friburguense de Futebol de Mesa (AFFM) foi fundada em 19 de agosto de 1984 por Fernando Caruso, Aladir Romão, Gustavo Valadares, Antônio Paulo Batista e Jairo Leão. Fernando Cruz é o associado mais antigo ( está inscrito desde 1990 ) e, desde o princípio, assume o cargo de direção.
Em 2002 a Associação filiou-se à Federação de Botão do Estado do Rio de Janeiro (FBERJ) e também à Confederação Brasileira (CBFM) e, por isso, tem conseguido, desde então, o apoio e a projeção necessários, destacando-se pelo tamanho de sua delegação e pelos excelentes resultados obtidos em torneios pelo Brasil afora.
A AFFM, que no ano de sua fundação congregava meia dúzia de adeptos, possui, hoje, aproximadamente 600 pessoas cadastradas e uma média de trinta pessoas por reunião.
Por quase uma década foi utilizado o prédio da Associação Católica da Juventude Friburguense para realizar as reuniões semanais, mas, finalmente, a diretoria conseguiu abrir a própria sede na cobertura de um prédio no centro da cidade.
“A associação friburguense é a única do Brasil que funciona nos dias de semana e ainda promove campeonatos semanais em shoppings, clubes e em outras entidades”, diz Fernando.
Em 2001, Roberto Dinamite tornou-se o patrono da associação. Com a presença do seu ídolo, Fernando Cruz viu várias portas se abrirem para o futebol de mesa de Nova Friburgo, pois o apoio de Dinamite trouxe maior credibilidade e seriedade ao projeto.
A estudante Dandara Rodrigues, de 14 anos, começou a jogar botão aos onze anos de idade e já ganhou vários campeonatos, desbancando inúmeros meninos. Ela é a única menina a participar dos eventos e encontros da associação, mas garante que sempre se sentiu muito à vontade.
“Nunca fui desrespeitada ou sofri qualquer tipo de preconceito. É uma pena outras meninas não se entusiasmarem com o futebol de mesa. Acho que devem ter vergonha ou algum tipo de receio”, conta Dandara.
Os interessados em participar desta Sociedade Esportiva devem dirigir-se à Rua Eugênio Muller, 222, cobertura 1.