Foi menos suado e menos dramático que em 2001, e o Flamengo (a equipe que substituiu o Rio Branco de 2001) fez com que novamente uma equipe do Americana Futmesa derrotasse o XV de Agosto numa semi-final de campeonato paulista da série A2, na casa do adversário. Em 2001, uma equipe tambem em processo de amadurecimento como a atual, já no seu 4o ano de trabalho, conseguia a vitória surpreendente por 50 x 47 em Socorro, eliminando o então primeiro colocado da 1a fase, quando o XV tinha um time em grande fase.
E dez anos depois a historia mais ou menos se repete. A diferença é que em 2001 a vitória valeu o acesso, agora ainda depende de ser campeão. Se naquela oportunidade o Rio Branco teve a felicidade de fazer 16×1 na 1a rodada e depois foi sofrendo ataques do XV pra todo lado até sofrer o empate ao final da 4a rodada e depois se superou nas 2 últimas e venceu a partida por 3 pontos, agora o Flamengo comandou a partida o tempo todo, sem grandes sustos. Abrimos 12×6 na 1a rodada, o XV tentou dar o troco em seguida, ia fazendo 13×4 ao final do 1o tempo da 2a rodada, mas o grupo rubro-negro reagiu a tempo e conseguiu deixar o prejuizo em apenas 7×10 na 2a rodada, o que manteve a equipe na liderança da partida. E depois, na 3a rodada, numa rodada perfeita com 4 vitorias e 2 empates, abrimos mais 12 pontos, ficando 15 na frente.
Avalio que o 2o tempo da 2a rodada foi o fator que decidiu o jogo para nós, pois se perdêssemos a rodada por 9 ou mais pontos ali, poderíamos nos perder emocionalmente. Mas como houve uma reação, a equipe surfou na empolgação e fez uma rodada perfeita na 3a rodada. Após o intervalo, o XV veio com alterações e buscou reagir e foi mais equilibrado que na primeira parte da partida. Porém, o Flamengo ainda conseguiu praticamente matar a partida na 5a rodada quando abriu 18 pontos. E na 6a rodada, sob enorme pressão emocional, não fosse a frieza do Fernandinho que conseguiu a única vitória na rodada, talvez não sei não…
O resultado da partida e o resultado da 6a rodada mostram claramente o que é a equipe de botão do Flamengo: um grupo perfeitamente homogêneo, com 7 jogadores no mesmo nível técnico, todos em seu melhor momento, porém ainda inexperientes no controle emocional. Mas até agora, o saldo tem sido positivo e já chegamos na final! E agora acredito que jogaremos sem pressão, com um sentimento íntimo não declarado de que cumprimos um belo campeonato e que sabemos que podemos mais, porém não devemos mais. Isso poderá fazer diferença e fazer com que o grupo se solte e jogue de igual para igual as partidas da final.
E aí, quem vai encarar o urubu das margens do Quilombo?
Gilberto Hackmann